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Como os Santos são eleitos

  • Foto do escritor: Ciro Jitiako
    Ciro Jitiako
  • 11 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

Para os católicos, eles são exemplos de vida e, na hora da oração, muitas vezes caminhos para que as preces cheguem a Deus. Com imagens, folhetinhos, promessas, rezas específicas e romarias, os santos são uma das facetas mais populares da Igreja Católica.

Contudo, o processo para reconhecer um novo santo – ou seja, canonizar alguém – é complexo e longo. E, atualmente, muito rigoroso.

"A santidade é o rosto mais bonito da Igreja, o aspecto mais belo: é redescobrir-se em comunhão com Deus, na plenitude da sua vida e do seu amor", afirmou o papa Francisco em audiência geral ocorrida em 2014. "Então, compreende-se que a santidade não é uma prerrogativa só de alguns: é um dom oferecido a todos, sem excluir ninguém e por isso constitui o cunho distintivo de cada cristão."

O Brasil demorou para ganhar um santo de casa. A primeira foi Santa Paulina – cujo nome de batismo era Amabile Lucia Visintainer (1865-1942).

Ela nasceu na Itália, mas ficou conhecida no Brasil, onde viveu em Santa Catarina e São Paulo. Foi canonizada pelo papa João Paulo 2º (1920-2005) em 2002. Cinco anos mais tarde, Bento 16 canonizou o frade franciscano Antônio de Sant'Ana Galvão (1739-1822), conhecido como Frei Galvão, o primeiro santo nascido no Brasil.

Papa Francisco declarou santos o jesuíta José de Anchieta (1534-1597), nascido nas Ilhas Canárias e considerado um dos fundadores da cidade de São Paulo; Roque Gonzáles (1576-1628), Alfonso Rodriguez (1598-1628) e Juan de Castillo (1595-1628), os mártires do Rio Grande do Sul; e André de Soveral (1572-1645) e 29 companheiros, considerados os protomártires do Brasil.

o Vaticano anunciou que será declarada santa a religiosa baiana Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes (1914-1992), mais conhecida como Irmã Dulce – ela será, assim, a 37ª santa brasileira.

Processo ficou mais rigoroso

Ao longo da história, a Igreja Católica aprimorou o processo de reconhecimento de um santo. Em 1180, o papa Alexandre 3º (1100-1181), disse que não era permitido "venerar ninguém como santo, sem a expressa autorização da Igreja de Roma".

"No primeiro milênio, não era tão rigoroso quanto hoje. A canonização tornou-se reservada ao papa apenas em 1234, com Gregório 9º [(1145-1241)]", conta à BBC News Brasil o frade Reginaldo Roberto Luiz, padre que trabalha com causas de canonização em Roma. "Antes bispos também canonizavam."

A normativa atual para a canonização data de 1983 e foi decretada por João Paulo 2º. Salvo raras exceções, ela exige a comprovação de dois milagres para que alguém seja reconhecido oficialmente como santo.



No caso da Irmã Dulce, por exemplo, o segundo milagre teria sido a cura de um homem cego, cuja identidade ainda não foi divulgada pelo Vaticano.

"O milagre foi completo, duradouro e imediato, sem sequela nenhuma, porque Deus não faz pela metade. E é algo que não pode ser explicado pela ciência", explica Luiz.

"No caso dela, quando o caso chegou a Roma, foi analisado por uma banca de sete médicos e nove teólogos. Posteriormente, foi submetido a uma sessão de cardeais e bispos."

O sociólogo Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), afirma que todos "os batizados fazem parte do 'povo santo', pois santo (sagrado) é aquele que pertence a Deus".

"A Igreja Católica, desde as suas origens, sensível aos desejos e iniciativas do povo fiel, eleva à honra a dos altares (processo de canonização), pessoas que se distinguiram em vida pela heroicidade de suas virtudes, particularmente a caridade, ou então pessoas que, num ato de amor supremo a Cristo e a seus irmãos, sofreram voluntariamente o martírio", definiu ele.

 





 
 
 

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